A luz da vela ilumina os papéis em cima da escrivaninha. Uma pena a desenhar letras na folha velha, as únicas folhas que estavam ao alcance, formando um livro... A mão segura à pena de maneira tremula... Porém as palavras saem com firmeza... Sua mão... Macia, leve e sedutora.
Em seus vidrados olhos negros, a certeza do sofrimento, bela, muito bela... Uma moça dotada de uma beleza que se destacava em meio à multidão. Seus lábios sendo marcados pelos próprios dentes. Nevorsismo.
O vento sussurra palavras negras em seus ouvidos. Obrigando-a fazer um relato das palavras, para gerações futuras.
Maldito seja o dia em que ela ouviu aqueles nomes. Nomes profanos, nomes negros e ocultos. Não... Não seja este dia maldito, pois os nomes sempre passam pelas pessoas sem que elas percebam, ou se interessem. Sim... Maldito seja o dia em que ela aprendeu a perguntar o porquê das coisas, a desenvolver a curiosidade...
Agora... Aquilo que está no canto de seu quarto... Oculto pelas sombras. Ordenando o vento. Controlando até mesmo a chama da vela, observa atenciosamente a sua refeição.
Já se passam das quatro da manhã... E o livro está quase terminado. Ela o chamou em suas escritas. Ele veio. Há coisas que não podemos controlar, ela quis brincar, brincou errado.
A chama da vela parece estar mais intensa. Está fazendo calor... Ela acaba a ultima linha. Fecha o livro. Respira fundo, a vida passa diante dos seus olhos. Suas mãos tremulas derrubam a vela. Ela grita, acaba lançando o livro pela janela. Ele ri. As chamas se estendem pelo quarto. Ela se vira, e então vê o rosto dele. Ele sorri.
Um adolescente passa pela rua na madrugada, Não olha para o que acontecia ao seu lado... Haviam outras coisas pela mente dele, como se houvesse uma voz. Ele se agacha... Pega um livro jogado pela rua.
Na sua casa ele começa a ler. O livro começava com uma história sobre um incêndio ocorrido naquele lugar onde ele encontrou o livro há 285 anos...
Falcão seguir o curso do vento...
quarta-feira, 25 de junho de 2008
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